Tetrapharmakon

...para que tenham vida em abundância...

foto Sítio Arqueológico

Reflexões Publicadas no site

12 Conselhos para ter um infarto feliz

infarto feliz

Por Dr. Ernesto Artur - cardiologista

  1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.
  2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.
  3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.
  4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.
  5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
  6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.
  7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.
  8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (E ferro, enferruja!)
  9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.
  10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e antiácidos. Eles vão te deixar tinindo.
  11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.
  12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.

Repita sempre: “Eu não perco tempo com bobagens”.

 


Se um cachorro fosse seu professor

Cachorro

 


A Fábula do Porco Espinho

porco espinho

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.

Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.

Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com um companheiromuito próximo podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.

E assim sobreviveram.

Moral da História

O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

 


Como Marter-se Jovem

COMO MANTER-SE JOVEM

Jovem1

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura.
Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

Jovem2

3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas

Jovem3

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!

Jovem4

6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refugio.

8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a.
Se é instável, melhore-a.
Se não consegue melhora-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, à feira, à praia, ... até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa; como casa de parentes onde só vc terá problemas...

Jovem5

Jovem6

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.

Jovem7

E, se não mandar isto a pelo menos quatro pessoas - quem é que se importa?
Serão apenas menos quatro pessoas que deixarão de sorrir ao ver uma mensagem sua.
Mas se desejar, pelo menos partilhe com alguém!

Jovem8

 


Salvo pela gentileza

gentileza

Conta-se uma história de um empregado em um frigorifico da Noruega.

Certo dia ao término do trabalho, foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu. Todos já haviam saido para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.

Já estava quase cinco horas preso, debilitado com a temperatura insuportável. De repente a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.

Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia:

Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho?

Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos. Centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair.

Hoje pela manhã ele disse "Bom dia" quando chegou.

Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei...

Quando voce menos espera vem um retorno: vale para o bem e para o mal

 


Para o Menino que vem

MeninoJesus

Thiago de Melo Como é bom saber, Menino, que esta noite estás chegando a este humano mundo nosso que agora vai ser o teu. Perdoa, estamos sem graça: Não temos para te dar Um mundo melhor. Não fomos Capazes de preparar Um chão fraterno, banhado Pela glória de viver. Não foi por falta de empenho. São tantos, parecem poucos, Os que ainda não desanimaram E que trabalham cantando Para que o mundo mereça A chegada de uma criança. Chegas num tempo marcado Pelo medo e a solidão, Os homes mal soletrando A lição de ser irmão. Na antemanhã que te espera cresce a sombra da violência e o orvalho que cai não lava as cinzas da indiferença. Bem-vindo sejas, Menino, porque estamos precisados do poder da tua infância do teu dom de acreditar. Que a tua fronte estrelada derrame luz e canção, acorde nossa esperança, nossa confiança ferida com medo de dar a mão, nossa ternura escondida, no fundo do coração.

 


Caminhar

Texto de Dom Hélder Câmara

Semeador

É bom caminhar...

Caminhar é expressão tão profunda e tão bela que não se aplica apenas à marcha que nossos pés realizam pelas ruas da cidade ou estrada afora...Se caminhar fosse apenas isso, já seria bom. Gosto de percorrer ruas, quer estejam vazias ou cheias de gente, quer estejam vazias ou quase vazias por se tratar de alta noite de madrugada muito menina...

Gosto de percorrer estradas, sobretudo quando há árvores sombras, às vezes até canto de pássaros...

Hoje estou pensando nas caminhadas espirituais. Caminhar, sinônimo de não parar, não se acomodar, medo de avançar, progredir...Caminhar na fé, na esperança e no amor. Caminhar na compreenção humana. Em lugar de apressar-nos em julgar e condenar, entender, sempre mais, que cada criatura é única. Compreender que é de fato impossível julgar.

Caminhar na capacidade de ouvir. Como falamos! Como temos dificuldades de dar a voz aos outros!

Caminhar na capacidade de dialogar. Dialogar não é fazer contas que se escuta os outros e já trazer as conclusões decididas e prontas. Dialogar é pesar e prezar os argumentos válidos que nos são apresentados. Saber vender e saber perder. Melhor do que vencer é conseguir unir-nos com quem discutimos, para que, juntos, consigamos ver mais dentro e mais longe...

Caminhar na compreenção da natureza; em lugar de rir de quem fala em ouvir o silêncio; em lugar de achar pueril e ridículo quem pretende ouvir as árvores, as águas e as estrelas; em lugar de achar perda de tempo e, quem sabe, daqueles que buscam entender o canto dos pássaros, o uivar dos cães, o mugir dos bois. Saber que a natureza tem vozes! Nós é que, quase sempre, não temos as antenas necessárias para entender as pedras, as árvores, os animais...

Caminhar na paciência consigo mesmo. È orgulhoso ficar sem entender que somos capazes de cair... Ter paciência consigo não quer dizer deixar de lutar para não cair...Mas descobrir que somos fracos pecadores...

Caminhar na confiança de Deus e do próximo...É triste viver deconfiado de tudo e de todos.

Caminhar: aproveitar a vida recebida de Deus. Ganhar companheiros de caminhada...Caminhar sem perder o rumo e sabendo que a meta final é a casa do Pai.

Oração do fim

"Não tenho um caminho novo, o que temos de novo é um jeito de caminhar"T.Melo

 


DEUS SEGUNDO SPINOZA

Espinosa

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.

Baruch Spinoza.

As sábias palavras são de Baruch Espinoza - nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.

 


Refém dos Filhos

Refem

Gilmar Marcílio

Basta você entrar por cinco minutos num supermercado, frequentar uma festinha infantil ou passear por uma loja que venda roupas, celulares e afins para a garotada. Se não estiver fisicamente empenhado em refrear os impulsos autoritários de seu filho, perceberá com clareza que são eles que estão mandando no mundo. Não é por nada que a publicidade está se voltando assustadoramente para essa fatia de consumidores. As crianças tornaram-se, potencialmente, o maior mercado para novos produtos lançados. Isso já aos cinco, seis anos de idade. E ai do pai ou da mãe que se atrever a dizer não. Essa palavra foi definitivamente banida do vocabulário. Eles querem porque querem. De preferência tudo o que os seus olhos alcançam numa esfera de trezentos e sessenta graus.

Mas há, nessa nova modalidade de relacionamento pais e filhos, algo muito mais preocupante: o medo. Uma pequena história para ilustrar. Jantava com um casal de amigos quando, em meio à refeição, toca o celular dele, que ouve em silêncio e fica pálido. Uma desgraça aconteceu, pensei, pois a expressão assustada traduzia o recebimento de uma notícia trágica. Mas nada disso. Era somente a filha dizendo que precisava imediatamente do carro, pois alguns colegas já estavam em sua casa, esperando para irem ao cinema. Até onde percebi, em nenhum momento essa voluntariosa criatura perguntou onde os pais se encontravam, será que, por favor, quando estivessem livres, poderiam emprestar o carro para que ela fosse ao shopping? Não, ela simplesmente deu uma ordem que, para meu espanto, foi cumprida imediatamente. Ficamos todos mudos. Não exagero, a reação foi mais do que imediata. Ambos pediram desculpas, mas não podiam deixar a adorada filhinha esperar nem um minuto a mais do que o previsto. Não se importaram em deixar a sobremesa intacta no prato, pois a determinação que receberam imperou sobre qualquer vontade pessoal.

Eu devo estar apresentando os primeiros sinais de senilidade, mesmo. Se fizesse isso quando guri, imaginando que naquela época existisse celular e que meus pais tivessem carro, tenho certeza que levaria uma reprimenda danada. Aliás, nem dariam bola para o meu pedido. Naqueles longínquos dias existia uma palavra que hoje está em completo desuso: autoridade. Eles me alimentavam, pagavam a escola, cuidavam da minha saúde. O mínimo que eu podia fazer, em retribuição, era obedecer, esperando a minha vez de ocupar o papel que por ora era deles. Eis outra palavra mágica: obediência. Cresci seguindo o que eles acreditavam ser melhor para mim e hoje não tenho nenhum trauma por isso. A pedagogia moderna preconiza que se deve dizer muito mais sim do que não. Mas se o resultado é o que se vê por aí, convenhamos, algo de muito errado está acontecendo.

Sozinho na mesa, depois que meus dois assustados amigos saíram em desabalada corrida, fiquei pensando na carinha de vitória da garota. E na certeza de que ela tinha de sempre conseguir o que quisesse na vida, simplesmente manifestando a sua vontade. De onde se pode deduzir que estamos virando reféns dos próprios filhos. As pobres e frágeis criaturas (tenham elas seis ou dezessete anos) não podem sofrer nenhum tipo de frustração, senão longos anos de divã as esperarão mais adiante. Não sou nenhum expert na área, mas a simples observação mostra que estamos perdendo a noção dos limites. Entramos no perigoso campo da destruição dos papéis sociais. Transformar filhos em amigos é correr o maior dos riscos. Mais tarde, bem mais tarde, dá para fazer isso. Mas não agora, antes de se tornaram adultos. Sentir-se prisioneiro de quem ainda está tateando dentro das próprias descobertas é abdicar do mais fundamental dos papéis, o do educador. Aquele que, com sua experiência e presumível capacidade, vai apontar o melhor caminho, ou evitar que eles se machuquem precoce e desnecessariamente.

O que teria acontecido se eles tivessem dito que emprestariam o carro, sem problema, mas que ela esperasse até eles terminarem a refeição? Bem, é melhor nem pensar nisso. Adolescentes, e mesmo crianças, só conhecem uma realidade: a sua. Perdoem generalizar, mas a proliferação desses casos nos alerta para uma situação calamitosa. Não é preciso ressuscitar o uso do chicote. Mas vale lembrar a cada um, sempre, que a monarquia acabou em nosso país. Eles podem querer ser reis entre seus pares, mas nunca com aqueles que lhes garantem o sustento e o desenvolvimento da própria vida. Não deveria existir alguma legislação para isso?

 


O Construtor de gente

Professor

O economista participava de um debate, em que se discutia o desemprego e, após um engenheiro falar sobre a contribuição da construção civil na demanda por mão-de-obra, o mediador, entre irônico e sério, fez a seguinte afirmação-pergunta: "os professores não constroem pontes; logo, o que eles podem fazer para ajudar a diminuir o desemprego?"

Sem tempo para pensar, o hábil polemista respondeu, também entre irônico e sério: "realmente um professor não constrói pontes, não levanta edifícios, não pilota aviões, não cura doentes... Essas atividades tão visíveis e responsáveis por tantos empregos.

O professor se contenta com algo mais simples: ele prefere construir o engenheiro que levanta as paredes, instruir o comandante que faz o avião voar, formar o médico que cura, e ensinar os jornalistas a fazerem perguntas embaraçosas.

O professor não constrói coisas... Ele ‘constrói’ as pessoas que fazem as coisas, ou pelo menos ajuda as pessoas a construírem a si próprias."

Dizia Immanuel Kant que o homem é a única criatura que precisa ser educada e a educação é a arte de formar os homens; isto é, desenvolver neles simultaneamente as faculdades físicas, intelectuais e morais.

Os animais são resultado de uma fatalidade biológica; mas o homem, conquanto tenha sua porção animal, por sua biologia, é um ser dotado de propósito consciente.

Nesse sentido, o animal-homem é uma entidade ética, capaz de construir, mudar e aperfeiçoar seu pensamento, sua conduta e suas atitudes.

Ortega y Gasset dizia que a vida nos é dada, mas não nos é dada pronta. O homem carrega, para além da sua fatalidade biológica, a responsabilidade de desenvolver o seu projeto de vida de acordo com sua livre escolha entre as várias opções que lhe são oferecidas para buscar a sua felicidade.

Aí está o papel do professor, que não constrói pontes, mas que ajuda o homem a desenvolver a si mesmo, a moldar sua ação e erigir seu edifício intelecto-moral.

O professor é um transmissor do seu saber, que deve deixar ao aprendiz o papel de escolher e construir a sua própria obra.

É na modéstia do seu propósito que o professor tem a nobreza da sua missão.

E vale a pena lembrar a poesia do biólogo chileno Humberto Maturana, feita para um professor do seu filho, que inibia o desabrochar da criatividade da criança querendo impor-lhe um modelo rígido.

A poesia, denominada prece do estudante, pode ser vertida para o português da seguinte forma:

Não me imponha o que você sabe;
quero explorar o desconhecido,
e ser a origem das minhas próprias descobertas.
Que o seu saber seja minha liberdade, não minha escravidão.
O mundo de sua verdade pode ser minha limitação;
sua sabedoria, minha negação.
Não me instrua; vamos caminhar juntos.
Deixe que minha riqueza comece onde a sua termina.
Mostre-se a mim, de maneira que eu possa
subir em cima dos seus ombros, e ver mais longe.
Revele-se para que eu possa ser
alguma coisa diferente.
Você crê que todo ser humano
pode amar e criar;
Compreendo, por isso, seu medo,
quando lhe peço que deixe-me viver de acordo com minha sabedoria.
Você nunca saberá quem eu sou,
se escutar apenas a si mesmo.
Não me instrua; deixe-me ser;
seu fracasso é que eu seja idêntico a você.

***

"A educação é uma arte particular, que exige vocações muito particulares; exige qualidades morais que não são dadas a todos os homens, tais como sabedoria, firmeza, paciência, vontade e força para dominar as próprias paixões;

Exige profundo conhecimento do coração e da psicologia do ser humano, além do conhecimento dos meios mais apropriados para desenvolver no aluno as faculdades físicas, intelectuais e morais necessárias ao seu crescimento.

A educação é uma arte que precisa ser estudada, do que resulta que o professor é, ele próprio, um eterno aprendiz".

 


Paradoxos do nosso tempo

Paradoxos Do Nosso Tempo

 


As Diferenças entre Religião e Espiritualidade

ReligiãO E Espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro".

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualide nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

BIGA

 


Busca (Cora Coralina)

Cora Coralina

Tenho encontrado muitas pessoas, porém não encontro gente...

Há um vazio dentro de cada um, um processo de fechamento em sentimentos.

Encontro sorrisos, porém daqueles que expõem apenas os dentes, mas não a alma.

Encontro verdadeiras tocaias, e não corações.

Reservas insistentes da solidão.

Tenho encontrado pessoas medrosas, indecisas, escondendo-se de si mesmas.

Pessoas que dizem: "Não sei... Não sei se quero... Não sei se posso..."

Quando sabem exatamente o que querem e o que buscam, e não se arriscam ao menor impulso.

Pessoas duras, escuras, impossibilitadas de amar.

Estas, cansei de encontrar...

Busco por gente que empreste o ombro, que não tenha medo de dizer que levou um tombo.

Busco por gente que assuma que amar traz sofrer, e, com esta certeza, não venham a se esconder.

Busco por gente que tenha a experiência de sobrevivente de guerra.

Busco por gente, que de tanto caminhar, não tenha receio de dizer

que seus pés ainda têm muito por machucar.

Quero gente de coragem para comigo conversar.

Gente que saiba que máscaras não dão mais para usar, e sendo seu perfil interno,

branco ou preto, tenha a dignidade de revelar.

Busco por gente que chore livremente, sem preconceitos pelas lágrimas derramadas.

Quero gente que saiba exatamente para onde está indo

e o que deseja encontrar, mesmo que esta busca jamais venha alcançar.

Busco por gente,"Seres Humanos", que saibam se doar, estes eu anseio por encontrar.

Gente que saiba até ferir se precisar, mas que seja valente em seu ato para não mais enganar, a quem quer que seja, e a si próprio.

Gente de decisão, sem argumento para esconder, escusas ações.

Quero gente que é gente, que mostra a cara, vai à luta e dorme contente.

É desta gente que eu preciso !

Gente liberta, que me dê um canto em seu colo e saiba me acariciar, sem tempo, sem hora e em qualquer lugar.

 


Palestra de Brian Dyson
(ex-presidente da Coca-Cola Co.)

Palestra

Imagine a vida como um jogo, no qual você faz malabarismo com cinco bolas que são lançadas no ar... Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.

O trabalho é a única bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima. Mas as quatro outras são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas.

Entendam isso e assim conseguirão o equilíbrio na vida. Como?

Não diminua seu próprio valor comparando-se com outras pessoas.

Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial.

Não fixe seus objetivos com base no que os outros acham importante.

Só você tem condições de escolher o que é melhor para si próprio.

Dê valor e respeite as coisas mais queridas de seu coração.

Apegue-se a ela como a própria vida. Sem elas a vida carece de sentido.

Não deixe que a vida escorra entre os dedos por viver no passado ou no futuro.

Se viver um dia de cada vez, viverá todos os dias de suas vidas.

Não desista enquanto ainda é capaz de um esforço a mais.

Nada termina até o momento em que se deixa de tentar.

Não tema admitir que não é perfeito.

Não tema enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes.

Não exclua o amor de sua vida dizendo que não se pode encontrá-lo.

A melhor forma de receber amor é dá-lo.

A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio.

A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas. Corra atrás de seu amor, ainda dá tempo!

Não corra tanto pela vida a ponto de esquecer onde esteve e para onde vai.

Não tenha medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega fácilmente.

Não use imprudentemente o tempo ou as palavras. Não se pode recuperar uma palavra dita.

A vida não é uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo.

Lembre-se: Ontem é história. Amanhã é mistério e HOJE é uma dádiva. Por isso se chama 'presente'.

 


VIVER É A MELHOR COISA QUE EXISTE
VIVA MELHOR

viva melhor

Faça como os passarinhos: comece o dia cantando.

A música é alimento para o espírito.

Cante qualquer coisa, cante desafinado, mas cante!

Cantar dilata os pulmões e abre a alma para tudo de bom que a vida tem a oferecer.

Se insistir em não cantar, ao menos ouça muita música e deixe-se absorver por ela.

Ria da vida, ria dos problemas, ria de você mesmo.

A gente começa a ser feliz quando é capaz de rir da gente mesmo.

Ria das coisas boas que lhe acontecem, ria das besteiras que você já fez.

Ria abertamente para que todos possam se contagiar com a sua alegria.

Não se deixe abater pelos problemas.

Se você procurar se convencer de que está bem, vai acabar acreditando que

realmente está e quando menos perceber vai se sentir realmente bem.

O bom humor, assim como o mau humor, é contagiante.

Qual deles você escolhe?

Se você estiver bem-humorado, as pessoas ao seu redor também ficarão e isso lhe

dará mais força.

Leia coisas positivas.

Leia bons livros, leia poesia, porque a poesia é a arte de azeitar a alma.

Leia romances, leia a Bíblia, estórias de amor, ou qualquer coisa que faça

reavivar seus sentimentos mais íntimos, mais puros.

Pratique algum esporte.

O peso da cabeça é muito grande e tem que ser contrabalançado com alguma coisa!

Você certamente vai se sentir bem disposto, mais animado, mais jovem.

Encare suas obrigações com satisfação.

É maravilhoso quando se gosta do que se faz, ponha amor em tudo que está

ao seu alcance.

Desde que você se proponha a fazer alguma coisa, mergulhe de cabeça !

Não viva emoções mornas, próprias de pessoas mornas.

Você pode até sair arranhado, mas verá que valeu muito mais a pena.

Não deixe escapar as oportunidades que a vida lhe oferece, elas não voltam!

Não é você quem está passando, são as oportunidades que você deixa de usufruir.

Nenhuma barreira é intransponível se você estiver disposto a lutar contra ela;

se seus propósitos forem positivos, nada poderá detê-los.

Não deixe que seus problemas se acumulem, resolva-os logo.

Fale, converse, explique, discuta, brigue: o que mata é o silêncio, o rancor.

Exteriorize tudo, deixe que as pessoas saibam que você as estima, as ama, precisa delas, principalmente em família.

Volte-se para as coisas puras, dedique-se à natureza.

Cultive o seu interior e ele extravasará beleza por todos os poros.

Agradeça a DEUS o que você tem e você sempre terá mais do que precisa.

Tenha fé em algo mais poderoso do que você mesmo, em DEUS.

Você terá estímulo para viver, do contrário nada fará sentido.

Não tente, faça.

Você pode!

Perca tempo escolhendo um amigo, mas perca ainda mais quando tiver que trocá-lo.

(Benjamin Franklin)


A SERPENTE E O PASSARINHO

A serpente e o passarinhor

Um sacerdote contava que, certo dia, passeava em um bosque e viu no chão um passarinho todo entretido com alguma coisa que não se via bem. Foi então aproximando-se para ver o que era, parecia uma minhoca o que o passarinho espreitava, decidiu então chegar mais perto pra ver. Que surpresa! Lá estava ela, imóvel, só a língua de fora a fazer graça ao passarinho, e o pobrezinho, tonto, cada vez mais perto, encantado, acreditando que ia fazer uma bela refeição, sem perceber que a refeição era ele. Não deu outra! O bote foi certeiro, fatal!

É exatamente isso que a tentação faz conosco. Não podendo subir para nos atingir, atrai-nos até o que é mais baixo, por meio do encantamento das ocasiões.


Sete passos para viver mais e melhor

7 passos

1- Durma mais cedo. O melhor dia começa pelo melhor sono. As horas que antecedem a meia noite valem o dobro das horas da madrugada para o seu repouso. É nas primeiras horas da noite, se a pessoa estiver dormindo em ambiente escuro, que a hipófise lança na corrente sanguínea o hor mônio do cresci men to.

Esse hormônio não tem a ver apenas com as crianças e adolescentes, mas tam bém com a reposição das perdas celulares e a regulação do metabo lismo no adulto. Ir para cama ao redor das 21 horas é o ideal.

2- Coma menos. Comer menos é um fator de longe vida de comprova do cientificamente. Numa experiência com ratinhos dirigida pelo cientista Ron Hart para a Food and cientista Ron Hart para a Food and Drug Administration, órgão que controla a área de alimentação e remédios nos Estados Unidos, os que comiam 70% menos calorias viveram 50% a mais do que os obesos. Isso representaria 32 anos a mais na média brasileira de longevidade masculina, que é de 64,8 anos.

Uma iniciativa saudável é substituir o jantar por frutas, o que está intimamente ligado ao fator descanso. Durante o sono, cai a intensidade do metabolismo, fazendo com que o processo digestivo que duraria três horas passe a levar até dez horas, ou mais. Ou seja, ao despertar você ainda está processando o jantar, em detrimento do seu descanso. Isso explica o cansaço, o mau humor, a dor de cabeça e o desânimo ao levantar. Conseqüentemente, você afeta a sua longevidade.

É importante também substituir os lanches por sucos e água. O estômago, como qualquer estrutura do organismo, precisa descansar. Até o coração descansa: após o grande esforço da sístole, enviando sangue para todo o corpo, ele relaxa na diástole. São as fases dos batimentos cardíacos.

Ocorre que, ao sentir o “vazio” no estômago, duas ou três horas após a refeição, a maioria das pessoas trata de preenchê-lo com lanches, bolos, doces. A sensação de esvaziamento significa apenas que a digestão foi terminada e o bolo alimentar desceu para a absorção nos intestinos. É hora de repouso para o estômago (pelo menos 2 horas), a fim de prover condições para o trabalho digestivo da próxima refeição.

O lanche impede o descanso, cansa o estômago e o inflama. Esta é a maior causa das dores de cabeça e enxaquecas freqüentes. Tome água a cada hora e sucos nos intervalos das refeições.

3- Caminhe diariamen­te. Quem não se movimenta não dorme bem. O sono está ligado à fadiga física. Os habitantes das cidades sofrem de muita fadiga mental, que mantém o cérebro excitado, e não conseguem dormir direito. Caminhar todos os dias melhora o organismo todo, enquanto o sedentarismo o deteriora.

4- Use alimentos naturais e integrais. Há uma mania de ingerir proteína na população em geral, mas os alimentos mais saudáveis e de melhor relação custobeneficio para o organismo são os chamados reguladores de suas funções: frutas e vegetais crus. Custo benefício aqui se refere ao esforço de processar o alimento em relação ao ganho para o organismo.

Fuja dos alimentos refinados, pois eles roubam a saúde. Pão, biscoitos e macarrão de farinha branca, arroz branco e açúcar refinado necessitam de componentes para a sua digestão e assimilação, como cálcio e ferro, que lhes foram retirados. Solução? Tirar do organismo. Coma alimentos naturais, em seu estado integral.

5- Aprenda a ceder, sorrir e cantar em família. Quase todos os idosos que vêm ao meu consultório cheios de doenças crônicas dizem que, quando olham para trás, a maioria das decisões que resultaram em desastres familiares foi por motivos tolos. Quanto mais laços rompidos, mais sofrimento, senso de culpa e problemas se arrastam pela vida afora. Aprender a ceder tem relação direta com a Regra Áurea: faça aos outros o que deseja que façam a você. Isso é tudo. Não adicione condições ou complementos.

A maior prova de maturidade é ter coragem de rir de si mesmo em público. Estimule seus filhos a ver o lado engraçado da vida. E cante com eles. Sisudez dá gastrite. Em contraposição, o riso e o canto estimulam a produção de endorfinas, os hormônios que melhoram o funcionamento de todo o organismo.

6- Realize-se com o seu trabalho. Aqui está a raiz dos grandes males dos nossos dias: enorme contingente de pessoas passa a vida fazendo o que detesta por causa da necessidade de ganho. Descubra como gostar do seu trabalho ou mude de atividade.

O problema é o sofrimento individual e familiar que o desemprego causa. Como evitar isso? Abra um espaço no redemoinho em que você vive (correria, atrasos, pressões de todos os tipos) separando 45 minutos diários para analisar o que está acontecendo à sua volta: que oportunidades existem ou poderiam ser criadas para você fazer o que gosta? Comece nas horas separadas para esse fim (não espere as “horas vagas”); quando estiver preparado, dê o salto.

7- Procure ter uma consciência tranquila. Muita gente que acredita possuir uma consciência tranquila possui, na verdade, um imenso “porão” na mente, onde joga toda lembrança traumática e problemas não resolvidos, verdadeiras bombas de efeito retardado que vão explodir no momento mais indesejável.

É necessário abrir a “caixapreta” do inconsciente, para compreender e corrigir distorções que geram bloqueios, dificuldades de comportamento, insucesso e enfermidades. Isso é possível com a ajuda técnica de um profissional de psicologia.

A psicologia moderna tem se tornado sensível à necessidade de soluções a curto prazo. A maioria não dispõe de tempo e dinheiro para longos anos de psicanálise. Sem demérito da utilidade desse tipo de trabalho, há hoje profissionais que atuam com psicologia de resultados ou com a análise transacional, conduzindo seus clientes em curto período de tempo a soluções satisfatórias.

Deve ser assinalado que não há consciência tranquila sem a paz interior que vem do relacionamento pessoal com Deus. A paz não é resultado apenas de um credo ou da visita semanal à igreja, mas do contato diário com o Criador.


SER CHIQUE SEMPRE - GLÓRIA KALIL

7 passos

Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos
dias de hoje.

A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da
vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.
Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou
closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo
carro Italiano.

O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma
como ela se comporta perante a vida.

Chique mesmo é quem fala baixo.
Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por
seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando
estas são verdadeiras.

Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem
brilho próprio.

Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações
inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.

É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.

Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que
estão no elevador.
É lembrar-se do aniversário dos amigos.

Chique mesmo é não se exceder jamais!
Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.

Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.

É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do
restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.

Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda,
correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você
seja o homenageado da noite!

Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do
físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que
salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão,
intolerância, ateísmo...falsidade.

Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se
lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo,
vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material
deste mundo.


Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não
desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não
aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem,
que não seja correta.

Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!

Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus!

Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos
tornam humanos!

GLÓRIA KALLIL.


Quando me amei de verdade

quando me amei

Quando me amei de verdade,
pude compreender
que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,
na hora certa.
Então pude relaxar.

Quando me amei de verdade,
pude perceber que o
sofrimento emocional é um sinal
de que estou indo contra a minha verdade.

Quando me amei de verdade,
parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece contribui
para o meu crescimento.

Quando me amei de verdade,
comecei a perceber como
é ofensivo tentar forçar alguma coisa
ou alguém que ainda não está preparado
- inclusive eu mesma.

Quando me amei de verdade,
comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas,
crenças e - qualquer coisa que
me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoismo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio.

 


Quando me amei de verdade,
deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo
e no meu próprio ritmo.
Como isso é bom!

Quando me amei de verdade,
desisti de querer ter sempre razão,
e com isso errei muito menos vezes.

Quando me amei de verdade,
desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o futuro.
Isso me mantém no presente,
que é onde a vida acontece.

Quando me amei de verdade,
percebi que a minha mente
pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco
a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Kim McMillen


O Amador e o Profissional

quando me amei

Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou.
Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou. Novamente ele tentou espantá-lo, foi quando viu que o animal trazia umbilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu: - 'Pode me mandar 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor. Assinado:'
Ele olhou e viu que dentro da boca do cachorro havia uma nota de 50 Reais.
Então ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e a perna de carneiro,colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na boca do cachorro.
O açougueiro ficou impressionado e como já era mesmo hora de fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.
O cachorro desceu a rua, quando chegou ao cruzamento deixou a bolsa no chão, pulou e apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca até que o sinal fechasse e ele pudesse atravessar a rua.
O açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em uma casa e pôs as compras na calçada. Então, voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta. Tornou a fazer isso.
Ninguém respondeu na casa.
Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Depois disso, caminhou de volta para a porta, e foi quando alguém abriu a porta e começou a bater no cachorro.
O açougueiro correu até esta pessoa e o impediu, dizendo:
-'Por Deus do céu,o que você está fazendo? O seu cão é um gênio!'
A pessoa respondeu: - 'Um gênio? Esta já é a segunda vez esta semana que este estúpido ESQUECE a chave !!!'
Moral da História:
Você pode continuar excedendo às expectativas, mas para os olhos de alguns, você estará sempre abaixo do esperado'
Qualquer um pode suportar a adversidade, mas se quiser testar o caráter de alguém, dê-lhe o poder.
Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:
Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic.
Quem conhece os outros é inteligente. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence os outros é forte. Quem vence a si mesmo é invencível.

 


Envelhecer

quando me amei

Um excelente professor de física e matemática, que também sabe escrever.

Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos! De que adianta, é assim mesmo. Isso é um processo natural. É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia. Essa lei diz que: A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta. Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar. Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós. Com o tempo os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam. Sendo assim, relaxe e aproveite. Parafraseando Freud: “A morte é o alvo de tudo que vive”. Se você deixar o seu carro no alto de uma montanha daqui a 10 anos ele estará todo carcomido. O mesmo acontece a nós. O conselho é: Viva. Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. Como disse um dos meus amigos a sua esposa: “me use, estou acabando!”. Hilário, porém realista.
Ficar velho e cheio de rugas é natural. Não queira ser jovem novamente, você já foi. Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige. Já viveu essa fase, reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado. Esse é o pré-requisito da felicidade. “O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto” como já dizia Cícero. Abra a mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho pra não se tornar caricatura de si mesmo. Fazendo isso ganhará qualidade de vida. Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora. A flor da idade ficou no pó da estrada. Então, para que se preocupar?! Guarde os bisturis e toca a vida.
Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos? Os bonitos. Você nunca me verá por lá. Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança. Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza, na verdade ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos. Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem. Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! Suas memórias estão salvas nelas. Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos.
Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos. Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena a ruína sua própria alma. Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase. Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu. Se não viveu na fase devida o melhor a fazer é esquecer. A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua. Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios. Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido.Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento. Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura. A vida é o que importa. Concentre-se nisso. A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.
Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades. Isso é loucura, é exagero. Faça o que pode ser feito com o que está disponível. Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou. Têm tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está. Coisas do passado não te pertencem mais. Se você tem esposa e filhos experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida, agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute. Aceitando ou não o processo vai continuar. Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora. Nada nos pertence.
Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte. Não posso dizer que pelo fato de conhecer grande parte do Brasil sou mais feliz que ele. Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto. O que importa é o que está dentro de nós, a velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”. Esse é o segredo de uma boa vida.

 


FRANCISCO por NIZAN GUANAES

quando me amei

Que coisa mágica é a vida. Estava eu chegando a Buenos Aires na
semana passada para uma reunião de trabalho e jamais poderia imaginar
que estivesse ali naquele dia para presenciar a mão do Espírito
Santo e da história. 

Saí do Aeroparque, o belo aeroporto ribeirinho da capital argentina,
e fui até o meu hotel trocar de roupa antes de minha reunião. Liguei
a televisão e, para a minha surpresa, o papa já havia sido
escolhido.

Durante a próxima hora, eu e o mundo esperamos para ver que novo
papa a fumaça branca nos traria. E eis que ele chegou. Surpreendente
como a vida. Um argentino. E eu em Buenos Aires. 

Começava ali uma aula de comunicação para o mundo que resume e
mostra de maneira instintiva tudo o que os teóricos enchem a
paciência e perdem um tempo enorme para explicar: a comunicação de
360 graus.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio mostrou sem PowerPoint nem lero-lero
como uma palavra pode mudar tudo, como um nome pode ser capaz de
transmitir para o mundo todo uma mensagem tão poderosa e precisa. 

A palavra é Francisco.

Francisco é uma palavra rica de significados num mundo pobre de
significado.

Francisco quer dizer coma moderadamente num mundo obeso. Francisco
quer dizer beba com alegria num mundo que enfia a cara no poste.
Francisco quer dizer consumo responsável em sociedades de governos e
consumidores endividados. Francisco quer dizer o uso responsável do
irmão ar, do irmão mar, do irmão vento e de todas as riquezas
debaixo do irmão Sol e da irmã Lua. 

Francisco é um freio de arrumação não só na Igreja Católica
Apostólica Romana, mas na sociedade a quem ela deve guiar. Em 24
horas, Bergoglio pegou uma instituição que estava emparedada e a
tirou da parede, transportou-a dos intramuros do Vaticano para o meio
da rua, para o meio do rebanho. 

Comunicar é o papel da igreja. Para isso, foram escritos o Velho
Testamento e o Novo Testamento, e Jesus não deixa dúvida quando
disse aos apóstolos: "Ide e anunciai o Evangelho".
Ide, ao contrário do que faz a gorda Cúria Romana, quer dizer ir,
não quer dizer ficar em Roma. Quer dizer ir e anunciar. 

E anunciar hoje é muito mais do que o comercial de 30 segundos.
Anunciar hoje é usar todas as ferramentas disponíveis, todos os
pontos de contato com seu público. Papa Francisco sabe disso muito
bem.

Tanto sabe que muito antes de se apresentar ao mundo na sacada do
Vaticano baixou um Steve Jobs nele, e, quando o monsenhor veio lhe
oferecer uma veste toda rebuscada, Francisco Jobs retrucou: Se o
senhor quiser, pode vesti-la, monsenhor, eu, não. O carnaval acabou. 

É digno de reparo que Francisco não fez pesquisas nem testes antes
de criar tudo isso. Não precisava. Foi buscar sua mensagem no DNA da
igreja. E está escrevendo certo por linhas tortas.

Mesmo as coisas conservadoras que têm dito, coisas com as quais eu
pessoalmente não concordo, são muito relevantes. A igreja não pode
querer agradar a todo mundo. Ela tem que marcar territórios e
significar coisas, e, ao fazê-lo, naturalmente exclui almas de seu
rebanho. 

Marca, design, conduta, relações públicas, endomarketing,
alinhamento interno: "habemus papam".

Francisco se utilizou de todos os recursos do marketing para passar
sua mensagem rapidamente, com alto impacto e precisão, para
o público interno e para o público externo.

Parece até que o 3G Capital assumiu o comando da igreja. Choque de
gestão, orçamento base zero, alinhamento com a cultura perdida,
volta às raízes, fé no trabalho, administração franciscana e
disciplina de jesuíta de santo Inácio e professor Falconi. 

Paradoxalmente, Francisco hoje acredita numa gestão mais parecida
com Lutero do que com a tradição romana. Mas a igreja só teve que
se enfrentar com Lutero porque ao longo do tempo se esqueceu da
palavra Francisco. 

NIZAN GUANAES publicitário baiano, é dono do maior grupo
publicitário do país, o ABC. Escreve às terças-feiras, a cada duas
semanas, no caderno 'Mercado'.

 


POEMA-SE

Hermógenes

7 passos

Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...

Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou…

Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.

Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

 


Desabafo

quando me amei

"Na fila do supermercado o caixa diz uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse : “Não havia essa onda verde no meu tempo.”

O empregado respondeu : "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente. "
"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas : a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

 

 


Se não quiser adoecer, fale de seus sentimentos.

7 passos

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças
como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna... Com o tempo a
repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar,
confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados.
O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer, tome decisões.

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é
feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder
vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de
doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer, busque soluções.

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas.
Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o
fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de
mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia
negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer, não viva de aparências.

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que
está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando
toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.
Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com
muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer, aceite-se.

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos
algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os
que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos,
destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é
sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer, confie.

Quem não confia não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria
liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não
há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer, não viva SEMPRE triste.

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida
longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive.

"O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

Dr. Dráuzio Varela

 



Reflexões

Imagens que falam verdades

 

Uma nova CARICATURISTA POLONESA ESTÁ  CAUSANDO SENSAÇÃO.
 
Algumas ilustrações são muito fortes e nos fazem refletir sobre o que está acontecendo à nossa volta. 
Seu nome é Pawla  Kuczynskiego.
Nascida em 1976 em Szczecin, graduou-se na Academia de Belas Artes em Poznan, especializando-se na arte gráfica. 
Desde 2004 produz ilustrações satíricas e até hoje já recebeu 92 prêmios e distinções.
Em 2005 recebeu o Prêmio da Associação de Caricaturistas Polacos "Eryk".
Esta  caricaturista, recentemente descoberta, tem também um recorde de prêmios em competições internacionais.

0001 0002

0004 0005 0007

0008 0009 0010 0011

0012 0013 0014 0016

0015 0017 0018

0019 0020



 



Ser Cristão

7 passos

O pastor Jeremias Steepek (foto) se disfarçou de mendigo e foi a igreja de 10 mil membros onde ia ser apresentado como pastor principal pela manhã. Caminhou aoredor da igreja por 30 minutos enquanto ela se enchia de pessoas para o culto. Somente 3 de cada 7 das 10.000 pessoas diziam "oi" para ele. Para algumas pessoas, ele pediu moedas para comprar comida. Ninguém na Igreja lhe deu algo. Entrou no templo e tentou sentar-se na parte da frente, mas os diáconos o pediram que ele se sentasse na parte de trás da igreja. Ele cumprimentava as pessoas que o devolviam olhares sujos e de julgamento ao olhá-lo de cima à baixo.

Enquanto estava sentado na parte de trás da igreja, escutou os anuncios do culto e logo em seguida a liderança subiu ao altar e anunciaram que se sentiam emocionados em apresentar o novo pastor da congreação: "Gostariamos de apresentar à vocês o Pastor Jeremias Steepek". As pessoas olharam ao redor aplaudindo com alegria e ansiedade. Foi quando o homem sem lar, o mendigo que se sentava nos últimos bancos, se colocou em pé e começou a caminhar pelo corredor. Os aplausos pararam. E todos o olhavam. Ele se aproximou do altar e pegou o microfone. Conteve-se por um momento e falou:

“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’."

 



Esses filhos perplexos diante da velhice dos pais


O cinema anuncia novos arranjos para o envelhecer e traz um olhar irônico sobre essa relação familiar quase sempre conflituosa

ser cristao

Uma sequência de filmes mostra que a velhice mudou – ou está mudando. Isso diz bastante sobre o aumento da expectativa de vida, já que um dos temas cruciais da sociedade contemporânea passa a ser como ser velho nestes tempos. E faz com que atores e atrizes sem muita chance de viver papéis desafiadores por conta da idade, muitos deles obrigados a uma aposentadoria não desejada, passem a ter a chance de interpretações magistrais, como foi o caso de Emmanuelle Riva e de Jean-Louis Trintignant, no excepcional Amor. Ou tem levado atores consagrados a se aventurar na direção depois dos 70, como fez Dustin Hoffman no encantador O Quarteto. São filmes em que a velhice é contada pelo olhar de quem a está vivendo e há várias formas de pensar sobre o que está sendo dito, dentro e fora da tela. Minha proposta é refletir sobre uma em particular: nos últimos quatro filmes exibidos por aqui e que já estão ou devem estar chegando às locadoras e às TVs por assinatura, os filhos ou estão ausentes ou são uns atrapalhados, oscilando entre a boçalidade e a incapacidade de dar conta da própria vida.   
Em O Excêntrico Hotel Marigold, o mais fraco deles, um dos casais britânicos vai parar na Índia porque a filha gastou o dinheiro dos pais numa aventura empreendedora na internet. Assim, precisam encontrar uma opção mais barata de moradia, o que os leva ao excêntrico hotel do título. Ainda que depois a opção se mostre interessante, mesmo que por caminhos tortuosos, não foi uma escolha num primeiro momento. E sim uma reação à atrapalhação da filha, que se arriscou não com o seu próprio dinheiro, mas (convenientemente) com o dos pais, o que também é uma marca da nossa época.  
No ótimo e se vivêssemos todos juntos?, a filha do casal interpretado por Jane Fonda e Pierre Richard é uma chata pretensiosa que só aparece para (tentar) mandar nos pais e dar palpite na vida deles, para em seguida desaparecer. Já o filho do Don Juan interpretado por Claude Rich é muito mais participativo e francamente esforçado, mas o pai tenta escapar de todo jeito das boas intenções filiais porque esse filho só é capaz de enxergá-lo como alguém que vai quebrar a qualquer momento – o que é verdade, mas está longe de ser toda a verdade. 
Em Amor, a maravilhosa Isabelle Huppert está menos maravilhosa no papel de filha do casal que se descobre velho de repente, numa manhã qualquer, em um segundo. Esta personagem, às voltas com um casamento que parece emocionante apenas pelas razões erradas, encarna a filha perplexa diante dos pais. Perplexa e apavorada diante da fragilidade e da finitude dos pais. Ela tenta intervir, ela tenta se impor, ela tenta dizer e fazer coisas sensatas – e tudo falha. Ela tenta principalmente ser potente, mas mal dá conta da própria vida. Seu diálogo com o pai, enquanto a mãe não sabe de si, é uma das cenas antológicas desse filme belíssimo.  
Em O Quarteto, que se passa num “lar para velhos” que foram cantores e músicos antes de perderem a voz, a memória ou a saúde, os filhos não estão lá. Surgem, ao fundo, nos dias de visita, mas nenhum dos personagens principais parece ter filhos. Artistas de ópera, eles possivelmente não tiveram tempo para a maternidade ou a paternidade. E esta não parece ser nem uma questão, nem um motivo de arrependimento, o que é bastante interessante. Se tiveram filhos, o fato não foi tão marcante a ponto de ser citado, o que de novo é bem interessante. O quarteto é primeiro um trio, que se ampara e se diverte na velhice como os amigos de uma vida inteira que foram e ainda são. A quarta personagem, que chega para fechar o grupo, é uma diva atormentada pela perda da potência, que no seu caso se expressa pela voz que falha. Ela terá de descobrir que pode cantar mesmo com uma voz que não é – nem jamais voltará a ser – a da juventude. E para isso terá de amarrar alguns fios esgarçados do passado.   
Só estou citando os últimos filmes, mas antes destes já tivemos outros em que os filhos aparecem ora perdidos, ora oportunistas na vida dos pais, como no delicioso Elsa & Fred. O que vale a pena perceber é que, cada vez mais, ao contar a velhice pelo olhar de quem a vive, conta-se também da perplexidade dos filhos apatetados diante dos pais. Não mais os pais velhos como um estorvo para filhos que mal dão conta da sua vida, sem saber se os enfiam num asilo ou os carregam para casas ou apartamentos onde mal cabem eles. E sim filhos atrapalhados ou boçais que, quando aparecem, tornam-se um estorvo para os pais.  
A ponto de em E se vivêssemos todos juntos? deixarem o filho de um para fora do portão e ainda lhe darem um banho de mangueira para que vá embora de uma vez e não volte tão cedo. São velhos poderosos – e que reivindicam seu poder mesmo em uma condição de fragilidade – os do cinema. Poderosos porque não se deixam apartar de sua história na velhice, ao contrário. Apropriam-se dela e a usam para viver com intensidade seus últimos capítulos, apesar das inevitáveis perdas e limitações. 
Cabe esclarecer que esta questão, a dos filhos diante da velhice dos pais, que aqui se torna a principal, nos filmes é secundária, quando não inexistente, o que também é muito significativo. Como filha de pais que envelhecem, eu me identifico com esses filhos perplexos e atrapalhados. Como uma mulher que envelhece, me identifico com esses velhos, nos quais me espelho para o futuro não mais tão distante. Em qualquer um dos casos, consigo encontrar discernimento para perceber o quanto é sensacional que os filhos, que se acham tão centrais na vida de seus pais, a qualquer tempo, sejam colocados no seu devido lugar.  
“Minha mãe (ou meu pai) virou criança.” Esta frase, corriqueira na boca de filhos que parecem exaustos, me provoca alguma desconfiança. Soa mais como uma tentativa de potência de filhos que estão se sentindo bem impotentes. Ou soa como uma tentativa de mostrar que sabem o que fazem ou para onde vão, quando de fato se encontram completamente perdidos. Até porque é uma marca do nosso tempo o retardamento da vida adulta, de preferência para sempre. E a velhice dos pais, os adultos por excelência, afunda todas as esperanças inconfessadas de ser adolescente para sempre em pelo menos um lugar no mundo. 
Sinto compaixão por esses filhos, como senti pelos filhos dos velhos do cinema. Como senti por mim mesma à certa altura. Ao perceber que meus pais estavam envelhecendo, em determinado momento achei que tinha de assumir também o comando da vida deles. Considerei que, para ser uma boa filha, tinha de ter todas as respostas. Ou, invertendo o lugar, me apropriar do famigerado “eu sei o que é melhor para eles”. Aos poucos fui percebendo que estava me tornando uma chata pretensiosa. Com tanto medo que eles quebrassem que queria carregá-los no colo, mas minha estropiada coluna vertebral mal dá conta de sustentar meu próprio peso. 
Com a gentileza que lhes é peculiar, meus pais escutavam meus palpites e minhas pregações e, claro, faziam exatamente o que queriam. Devagar fui me dando conta de que era só o que faltava ter vivido e experimentado tanto para chegar à velhice e ter de suportar uma filha tentando mandar neles. Percebi que o importante era estar por perto não só para o que fosse preciso, mas pelo prazer da companhia, e continuar capaz de escutá-los. Se precisam da minha ajuda, eles mesmos me dizem – não só com palavras, mas de maneiras mais sutis. E se fazem coisas que eu considero mais arriscadas, tanto a decisão quanto o risco continuam sendo deles, como sempre foram. Não por minha majestosa concessão, mas porque não tenho nenhum direito de impor qualquer vontade. Se depois de me tornar adulta eu nunca permiti que meus pais interferissem de forma autoritária na minha vida, por que é que eu me acharia no direito de me meter de forma autoritária na deles quando estão envelhecendo? Escutar de verdade ainda é o começo e o fim de qualquer relação de respeito mútuo – e de amor. 
Mas nós, os filhos, nos atrapalhamos mesmo. E acho muito divertida a ironia com que somos tratados nessa sequência de filmes, mesmo quando não estamos. (Como assim não estamos, nós, tão centrais na vida dos pais? Que horror!) Alguns se atrapalham porque se confrontar com a velhice dos pais é se confrontar com a certeza de que não há mais jeito de escapar da vida adulta. E, para quem achou que poderia continuar sendo filho para sempre, é uma complicação virar gente grande de uma hora pra outra. Ao tentar dar ordens aos pais, esses filhos na verdade estão dizendo: “Não me deixem sozinho nesse mundo tão ameaçador. Não me desamparem!”. E a irritação que manifestam diante das limitações dos pais muitas vezes é um jeito tosco de disfarçar o pavor que sentem diante do desamparo iminente. Isso para alguns.  
Para todos a velhice dos pais anuncia a própria velhice. É talvez o primeiro grande confronto com a fragilidade e com a finitude. Os filhos que olham aterrorizados para os passos claudicantes dos pais não temem apenas que eles caiam, mas principalmente que serão os próximos a ter pernas que vacilam. Ainda que não confessem nem para si mesmos, talvez seja este o maior horror. E este é um momento bem periclitante da vida. E quando isso se dá por volta dos 40, 50 anos, o confronto acontece quando o corpo está dando os primeiros sinais inequívocos de que já não somos tão jovens. É um duplo desafio, a velhice dos pais e o anúncio do próprio envelhecer. Que nem se compara, e isso também é preciso lembrar, com o desafio abissal que é ser velho – e ser velho nesse mundo em que, além de todas as dificuldades da idade, é preciso brigar para ser respeitado. E escutado.  
Como já contei aqui, compartilho com um grupo de amigos o projeto de envelhecermos juntos num condomínio construído por nós em uma cidade pequena perto de uma grande. Uma cidade pequena por ser mais amigável a quem tem limitações físicas, sem contar que perder o pouco tempo de vida que resta empacado no trânsito não parece uma boa ideia. E perto de uma grande porque queremos continuar indo ao cinema, ao teatro, às livrarias e aos cafés e restaurantes, e numa cidade maior as alternativas gratuitas ou de baixo custo de eventos culturais são mais promissoras para quem vive de aposentadoria. Nossas casas terão fundos para um pátio comum, para o caso de querermos nos encontrar, e frente individual, para a rua. O pacto, já antigo entre nós, parte da ideia de envelhecer no mundo – e não apartado dele, como acontece com a velhice asilada – e perto de quem sabe de nós. Além de nos dar a possibilidade de amparar as dificuldades um do outro e de baratear os custos de manutenção. Neste sentido, nos aproximamos dos personagens de E se vivêssemos todos juntos?, mas com um pouco mais de privacidade. 
Tenho encontrado gente na mesma faixa etária com projetos semelhantes com o seu grupo de amigos. E acredito que esta também é uma mudança importante. Acho que a minha geração está diante dessa questão como nenhuma outra. E tem aprendido algo importante com sua própria perplexidade diante da velhice dos pais. A questão dos meus pais, que sempre viveram com salário de professor, o que todo mundo sabe o que significa no Brasil, era fazer uma poupança para não depender dos filhos na velhice. A frase clássica dos pais bacanas, que hoje estão nos 70, 80 anos, é: “Não quero dar trabalho para os meus filhos dependendo deles”. Ou: “Não quero incomodar os meus filhos”.  
A frase da minha geração – e que já se anuncia na boca dos velhos do cinema – é outra:
– Incomodar os meus filhos? Nem me importaria. O que não quero é que os meus filhos me incomodem! 
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista.

 



“MUDANDO SEU ESTILO DE VIDA: SER FELIZ E VIVER MUITO É UMA OPÇÃO PESSOAL.

Baseado na Palestra do DR. FERNANDO LUCCHESE.

ser cristao

“MUDANDO SEU ESTILO DE VIDA:
SER  FELIZ E VIVER  MUITO É UMA OPÇÃO PESSOAL.”
Baseado na Palestra do DR. FERNANDO LUCCHESE.
O cardiologista e pesquisador, Doutor Fernando Antonio Lucchese, nasceu em Farroupilha, em 26 de dezembro de 1947, Fernando Lucchese é professor de cardiologia da FFFCMPA (Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre) desde 1981 até. É também professor do corpo docente do Pós-Graduação de Cardiologia em níveis de mestrado e doutorado da UFRGS. Desde diretor do Hospital São Francisco de Cardiologia e Transplantes, da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Já publicou diversos livros, entre eles Viajando com saúde, Desembarcando o colesterol e o best-seller Pílulas para viver melhor.
Fernando Lucchese é pai de Patrick e Fernanda e possui o título de cidadão honorário de Porto Alegre.



As 3 Epidemias
Aterosclerose
Depressão
Neurose
O RESULTADO
70% das mortes ocorrem por:

  • Infarto
  • Acidentes Cerebrais (AVCs)
  • Câncer

Todos tem as mesmas causas
Causas de 70% das mortes

  • Emoções
  •  Genética
  •  O que comemos
  •  O que bebemos
  •  O que respiramos

SAÚDE É O BEM-ESTAR
FÍSICO
MENTAL
PSÍQUICO
FAMILIAR
FINANCEIRO
PROFISSIONAL
AMBIENTAL
ESPIRITUAL
As Fases da Medicina
Corpo
Mente
Espírito
AS DOENÇAS DA ALMA CAUSAM
DOENÇAS NO CORPO.
O TRIO MALÉFICO:

  • RAIVA
  •  INVEJA
  •  VAIDADE

Fatores que prolongam a vida

  • Assistência Médica – 10%
  • Genética – 17%
  •  Meio Ambiente – 20%
  •  Estilo de Vida – 53%
Stanford University



                                                                                     ESTILO DE VIDA



É A GESTÃO DO PRAZER
E DA FELICIDADE.

A maior parte das atitudes para
melhorar seu estilo de vida dependem só de

  • Decisão
  • Gerenciamento


e não de Dinheiro.

 

 

 

 

A longevidade não tem sentido se não houver prazer na vida
Os 5 fatores que afetam a felicidade

  • Relação familiar
  •  Situação financeira
  •  Trabalho
  •  Comunidade e amigos
  •  Saúde

SÓ QUEM SE PREOCUPA EM FAZER A FELICIDADE DOS OUTROS
ALCANÇA SUA PRÓPRIA FELICIDADE!!!
NOS SÉCULOS 18 E 19 A MOTIVAÇÃO PRINCIPAL DO TRABALHO ERA A SATISFAÇÃO DO DEVER CUMPRIDO.
O DINHEIRO COMO MOTIVADOR É MAIS RECENTE, APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
ATUALMENTE O DINHEIRO VOLTA AO SEGUNDO LUGAR.

O TRABALHO NÃO MATA.
O QUE MATA É A RAIVA.
COM A TV E A INTERNET,
A SÍNDROME DA COMPARAÇÃO SOCIAL AUMENTOU E HOJE É UMA
NOVA DOENÇA.

FATOR INVEJA
A COMPARAÇÃO ENTRE O PODER AQUISITIVO DAS PESSOAS É QUE PRODUZ A SENSAÇÃO DE INFELICIDADE.
O CONSUMISMO AUMENTA A INSATISFAÇÃO.
HÁ DUAS MANEIRAS DE SER RICO:
POSSUIR MUITO OU CONTENTAR-SE COM O QUE SE TEM.
OU MELHOR: SE ESTOU FELIZ COM O POUCO QUE TENHO, ENTÃO SOU RICO.

A FELICIDADE É OBTIDA E DISTRIBUIDA IRREGULARMENTE ENTRE AS PESSOAS
O SEGREDO ESTÁ EM ACEITAR A DOSE QUE NOS FOI CONCEDIDA

O SUCESSO DE UMA EMPRESA NÃO SE MEDE SÓ PELO BALANÇO, MAS PRICIPALMENTE PELO ÍNDICE DE SATISFAÇÃO DE PATRÕES E EMPREGADOS.
FELICIDADE FAZ BEM PARA O PATRÃO E PARA O EMPREGADO
PORQUE PESSOAS FELIZES SÃO MAIS CRIATIVAS E MAIS PRODUTIVAS

O GRANDE RISCO :
HABITUAR-SE COM A FELICIDADE BANALIZANDO-A
O PIOR CEGO É O QUE NÃO  VÊ A PRÓPRIA FELICIDADE

Os Paradigmas do Século XX:
 O século do “Ter”.
 A perda da longevidade.

Os Paradigmas do
Século XXI:
 O século do “Ser”.
 A recuperação da longevidade.

É POSSÍVEL PROGRAMAR A FELICIDADE?
SIM, MINIMIZANDO OS ASPECTOS NEGATIVOS DA VIDA.
FOCANDO SÓ O LADO POSITIVO DELA.

A busca da felicidade é
o único compromisso
do ser humano com a vida

“A VIDA É BELA PARA QUEM A FAZ BELA”



 




"Família é prato difícil de preparar"

(de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)....que texto feliz !!!!

ser cristao

"Família é prato difícil de preparar" (de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)....que texto feliz !!!! Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente. E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza. Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir. Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete. "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas)

 


Largue o copo

viva melhor

Uma psicóloga falando sobre o stresse numa palestra levantou um copo d'água. Todos pensaram que ela perguntaria; 
"Meio cheio ou meio vazio?". 
Mas com um sorriso no rosto ela perguntou; 
"Quanto pesa este copo de água?" 
As respostas variaram entre 100 e 350g. 
Ela respondeu: 
"O peso absoluto não importa. 
Depende de quanto tempo você o segura. 
Se eu segurar por um minuto, não tem problema. 
Se eu o segurar durante uma hora, ficarei com dor no braço. 
Se eu segurar por um dia meu braço ficará amortecido e paralisado. 
Em todos os casos o peso do copo não mudou, mas quanto mais tempo eu o segurava, mais pesado ele ficava". 
Ela continuou: 
"O stresse e as preocupações da vida são como aquele copo d'água. 
Eu penso sobre eles por um tempo e nada acontece. 
Eu penso sobre eles um pouco mais de tempo e eles começam a me machucar. 
E se eu penso sobre eles durante o dia todo me sinto paralisada, incapaz de fazer qualquer coisa".
Então lembre-se de "largar o copo"..


Dr. Cláudio Domênico - Cardiologista - IMPORTANTE SABER

ser cristao

Quando publiquei estes conselhos em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta. São eles: 1. Não cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são prioritárias. 2. Não trabalhe aos sábados o dia inteiro e, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos. 3. Não permaneça no escritório à noite e não leve trabalho para casa e/ou trabalhe até tarde. 4. Ao invés de dizer "sim" a tudo que lhe solicitarem, aprenda a dizer "não". 5. Não procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e nem aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc. 6. Se dê ao luxo de um café da manhã ou de uma refeição tranquila. Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes. 7. Pratique esportes. Faça ginástica, natação, caminhe, pesque, jogue bola ou tênis. 8. Tire férias sempre que puder, você precisa disso. Lembre-se que você não é de ferro. 9. Não centralize todo o trabalho em você, não é preciso controlar e examinar tudo para ver se está dando certo... Aprenda a delegar. 10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, não tome logo remédios, estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Procure um médico. 11. Não tome calmantes e sedativos de todos os tipos para dormir. Apesar deles agirem rápido e serem baratos, o uso contínuo fazem mal à saúde. 12. E por último, o mais importante: permita-se a ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde. 13. Não se envolva com mulheres casadas principalmente se for vizinha ou cunhada. Isto é um tiro certo no coração. IMPORTANTE: OS ATAQUES DE CORAÇÃO Uma nota importante sobre os ataques cardíacos. Há outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço esquerdo. Há também, como sintomas vulgares, uma dor intensa no queixo, assim como náuseas e suores abundantes. Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam não se levantaram. Mas a dor no peito pode acordá-lo de um sono profundo. Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as com um bocadinho de água. Ligue para Emergência (192, 193 ou 190) e diga ''ataque cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se numa cadeira ou sofá e force uma tosse, sim forçar a tosse, pois ela fará o coração pegar no tranco; tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro.. NÃO SE DEITE !!!! Um cardiologista disse que, se cada pessoa que receber este e-mail,o enviar a 10 pessoas, pode ter a certeza de que se salvará pelo menos uma vida ! REPASSE, NÃO DOI NADA!!!!!!!! Quem se faz presente na vida deixa muita saudade e perfume por onde passa. Há algo mais forte que os laços de sangue: são os laços do coração.

ENVELHECER NA VISÃO DE UM FÍSICO

ser cristao

Envelhecer
Pena que não há identificação do autor, mas parece que isso não importa muito a ele.

Conselho aos da minha geração.
Estamos envelhecendo.  Não nos preocupemos!  De que adianta, é assim mesmo.  Isso é um processo natural.  É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia.  Essa lei diz que:  “A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta”.  Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar.  Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós.  Com o tempo os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam.  Sendo assim, relaxe e aproveite.  Parafraseando Freud:  “A morte é o alvo de tudo que vive”.  Se você deixar o seu carro no alto de uma montanha daqui a 10 anos ele estará todo carcomido.  O mesmo acontece a nós.  O conselho é:  Viva.  Faça apenas isso.  Preocupe-se com um dia de cada vez..  Como disse um dos meus amigos a sua esposa: “me use, estou acabando!”.  Hilário, porém realista.
 Ficar velho e cheio de rugas é natural.  Não queira ser jovem novamente, você já foi.  Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige.  Já viveu essa fase, reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado.  Esse é o pré-requisito da felicidade.  “O passado é lenha calcinada.  O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto”  como já dizia Cícero.
 Abra a mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho pra não se tornar caricatura de si mesmo.  Fazendo isso ganhará qualidade de vida.  Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado..  Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora.  A flor da idade ficou no pó da estrada.  Então, para que se preocupar?!  Guarde os bisturis e toca a vida.
 Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos?  Os bonitos.  Você nunca me verá por lá.  Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança.  Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza, na verdade ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos.  Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem..  Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las!  Suas memórias estão salvas nelas.  Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais.  O negócio é zombardo corpo disforme e dos membros enfraquecidos.
 Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos.  Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena a ruína sua própria alma.  Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase.  Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu.  Se não viveu na fase devida o melhor a fazer é esquecer.
 A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar.  É viver uma fase que não é mais sua.  Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios.  Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido.  Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento.  Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura.  A vida é o que importa.  Concentre-se nisso.  A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.
 Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades.  Isso é loucura, é exagero.  Faça o que pode ser feito com o que está disponível.  Quer um conselho?  Esqueça.  Para o seu bem, esqueça o que passou.  Têm tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está.  Coisas do passado não nos  pertencem mais.  Se você tem esposa e filhos experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida, agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute.  Aceitando ou não o processo vai continuar.  Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora.  Nada nos pertence.
 Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte.  Não posso dizer que pelo fato de conhecer grande parte do Brasil sou mais feliz que ele.  Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto.  O que importa é o que está dentro de nós, a velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”.
 Esse é o segredo de uma boa vida.

O que é viver bem ?

Resposta de Cora Coralina ao reporter :

ser cristao

"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.
E digo prá você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha.
Eu não digo.
Eu não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer
as dificuldades da vida.
O melhor roteiro é ler e praticar o que lê.
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada.
Nada de palavra negativa.
Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos.
Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades,
mas não sei se sou velha não.
Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser.
Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos.
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha
própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto,
pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar,
ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida,
que o mais importante é o decidir.".
(_Cora Coralina_)

Compras de Natal

Cecília Meireles

ser cristao

A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. Enche-se de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões que não sobem, anjos e santos que não se movem, estrelas que jamais estiveram no céu.

As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que possam representar beleza e excelência.

Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em pobres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil anos, num abrigo de animais, em Belém.

Todos vamos comprar presentes para os amigos e parentes, grandes e pequenos, e gastaremos, nessa dedicação sublime, até o último centavo, o que hoje em dia quer dizer a última nota de cem cruzeiros, pois, na loucura do regozijo unânime, nem um prendedor de roupa na corda pode custar menos do que isso.

Grandes e pequenos, parentes e amigos são todos de gosto bizarro e extremamente suscetíveis. Também eles conhecem todas as lojas e seus preços — e, nestes dias, a arte de comprar se reveste de exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o incognoscível, o transcendente. Não devemos também oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a graça destes presentes parece consistir na sua desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de sabonetes desodorantes para o suor da testa com que — especialmente neste verão — teremos de conquistar o pão de cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto extremamente raro e caro, que não sirva a bem dizer para coisa alguma.

Por isso é que os lojistas, num louvável esforço de imaginação, organizam suas sugestões para os compradores, valendo-se de recursos que são a própria imagem da ilusão. Numa grande caixa de plástico transparente (que não serve para nada), repleta de fitas de papel celofane (que para nada servem), coloca-se um sabonete em forma de flor (que nem se possa guardar como flor nem usar como sabonete), e cobra-se pelo adorável conjunto o preço de uma cesta de rosas. Todos ficamos extremamente felizes!

São as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável — apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo.

Texto extraído do livro "
Quatro Vozes", Editora Record - Rio de Janeiro, 1998, pág. 80.



O APEGO!

ser cristao

Não-apego” não tem nada a ver com o que possuímos ou não possuimos.  Posses são inocentes: o apego é o problema. O que estamos falando é a mente. Há uma história que sempre se conta sobre uma forma particular de aprisionar macacos na Índia. Toma-se um coco com um pequeno buraco. Por esse buraco, com tamanho suficiente para passar apenas a mão do macaco, coloca-se um pedaço de doce de coco. O macaco se aproxima, sente o cheiro do doce, coloca a mão no buraco e agarra o doce. Ele fecha a mão para agarrar o doce. e dessa forma não consegue mais tirar a mão do coco. E então o caçador consegue pegá-lo. Nada prende o macaco ali. Tudo o que ele precisava fazer era abrir a mão e estaria livre para fugir. Ele fica ali preso apenas por desejo e apego, que não o permitem seguir.
É dessa forma que a nossa mente funciona. O problema não é o doce de coco. O problema é que não conseguimos soltá-lo. Vocês entendem?



A CASA DE CADA UM

(texto de Walcyr Carrasco)

faxina

Nesta época, gosto de tratar da vida.
Dou a roupa que não uso mais.
Livros que não pretendo reler. Envio caixas para bibliotecas.
Ou abandono um volume em um shopping ou café, com uma mensagem: "Leia e passe para frente!".

Tento avaliar meus atos através de uma perspectiva maior. 
Penso na história dos Três Porquinhos. Cada um construiu sua casa. Duas, o Lobo derrubou facilmente.
Mas a terceira resistiu porque era sólida. Em minha opinião, contos infantis possuem grande sabedoria, além da história propriamente dita.
Gosto desse especialmente.
Imagino que a vida de cada um seja semelhante a uma casa. Frágil ou sólida, depende de como é construída.
Muita gente se aproxima de mim e diz: Eu tenho um sonho, quero torná-lo realidade! Estremeço.
Freqüentemente, o sonho é bonito, tanto como uma casa bem pintada. Mas sem alicerces.
As paredes racham, a casa cai repentinamente, e a pessoa fica só com entulho. Lamenta-se. 
Na minha área profissional, isso é muito comum. 
 
Diariamente sou procurado por alguém que sonha em ser ator ou atriz sem nunca ter estudado ou feito teatro.
Como é possível jogar todas as fichas em uma profissão que nem se conhece?
Há quem largue tudo por uma paixão. Um amigo abandonou mulher e filho recém-nascido.
A nova paixão durou até a noite na qual, no apartamento do 10º andar, a moça afirmou que podia voar.
Deixa de brincadeira , ele respondeu.
Eu sei voar, sim! rebateu ela.
Abriu os braços, pronta para saltar da janela. Ele a segurou. Gritou por socorro. Quase despencaram.
Foi viver sozinho com um gato, lembrando-se dos bons tempos da vida doméstica, do filho, da harmonia perdida!

Algumas pessoas se preocupam só com os alicerces. Dedicam-se à vida material.
Quando venta, não têm paredes para se proteger.
Outras não colocam portas. Qualquer um entra na vida delas. 
Tenho um amigo que não sabe dizer não (a palavra não é tão mágica quanto uma porta blindada).
Empresta seu dinheiro e nunca recebe. Namora mulheres problemáticas.
Vive cercado de pessoas que sugam suas energias como autênticos vampiros emocionais.
Outro dia lhe perguntei: Por que deixa tanta gente ruim se aproximar de você?
Garante que no próximo ano será diferente. Nada mudará enquanto não consertar a casa de sua vida.

São comuns as pessoas que não pensam no telhado. Vivem como se os dias de tempestade jamais chegassem.
Quando chove, a casa delas se alaga.
Ao contrário das que só cuidam dos alicerces, não se preocupam com o dia de amanhã.

Certa vez uma amiga conseguiu vender um terreno valioso recebido em herança.
Comentei:
Agora você pode comprar um apartamento para morar.
Preferiu alugar uma mansão. Mobiliou. Durante meses morou como uma rainha.
Quase um ano depois, já não tinha dinheiro para botar um bife na mesa!

Aproveito as festas de fim de ano para examinar a casa que construí.
Alguma parede rachou porque tomei uma atitude contra meus princípios?
Deixei alguma telha quebrada?
Há um assunto pendente me incomodando como uma goteira?
Minha porta tem uma chave para ser bem fechada quando preciso, mas também para ser aberta quando vierem as pessoas que amo?

É um bom momento para decidir o que consertar. Para mudar alguma coisa e tornar a casa mais agradável.
Sou envolvido por um sentimento muito especial.
Ao longo dos anos, cada pessoa constrói sua casa.
O bom é que sempre se pode reformar, arrumar, decorar!
E na eterna oportunidade de recomeçar reside a grande beleza de ser o arquiteto da própria vida. 



Um presente pelo meu aniversário aos meus amigos

faxina

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...


Vitória do copo


José de Souza Martins

faxina

O Brasil do porre declarou guerra ao Brasil do trabalho. O Brasil bêbado vai vencendo o Brasil sóbrio. O Brasil irresponsável ganha do Brasil sério. O acúmulo de acidentes graves de trânsito, até com mortos, nas últimas semanas, provocados por motoristas embriagados, define um cenário alarmante de descontrole no uso da bebida por aqueles em situação que a própria lei proíbe de dirigir. E, no entanto, dirigem. Aparentemente, são inúteis as medidas legais para induzir os motoristas a evitarem a bebida e a conduzirem seus veículos com responsabilidade e respeito pela vida própria e alheia. Nas últimas semanas, inocentes morreram vitimados pela direção irresponsável de motoristas embriagados. Até o extremo do embriagado que consciente de que não estava em condições de dirigir, entregou o volante de pesado caminhão ao ajudante sem habilitação. O caminhão atropelou uma dezena de pessoas num ponto de ônibus e capotou.
Na prática, o Brasil aboliu a pena de morte em 1876. Mas os pinguços do volante a reinstituíram. Se no passado a forca era para os culpados, agora o atropelamento é para os inocentes. Fizeram-no ao teimar em beber e dirigir bêbados. Fizeram sua própria lei. São muitos os pequenos documentários que nos mostram dolorosas cenas de violência dessa ordem. Bêbados que mal conseguem ficar de pé, no entanto, com facilidade se recusam a fazer o teste do bafômetro. O que bem mostra o quanto de malícia e de voluntária decisão pelo risco está envolvido no uso homicida, sobretudo do automóvel. Em Minas Gerais, entrou em vigor uma lei que obriga o suspeito de embriaguês envolvido em acidente de trânsito a fazer o teste, negando-lhe o subterfúgio de recusar-se a fazê-lo como álibi autodefensivo. Já há quem se queixe.
Nossa legislação relativa ao tema da direção perigosa, imprudente e irresponsável, ainda é do tempo em que havia só pinguço de botequim, que no geral não dirigia carro nem tinha meios para possuir veículo. Era aquele bêbado explícito, de fala pastosa, grudento, que não ia além do incômodo a terceiros, recendendo a cachaça, cuja proximidade ninguém queria. Era o bêbado da “Marvada pinga”, que bebia por convicção, como dever. No geral, abandonado pela família, desprovido de apoios, objeto de gozação, contribuinte do imenso e rico acervo das piadas brasileiras de bêbado. Tratado como resto humano, incômodo, repugnante e desprezado. Quase sempre resquício da complicada transição inacabada entre a roça e a cidade, vítima da integração social difícil e do desajuste incontornável. Muitos desses bêbados encontraram um apoio salvador e acolhimento nas igrejas evangélicas, que lhes oferecem um centro de referência e uma alternativa de ajustamento. Outros foram acolhidos pelos Alcoólicos Anônimos, na orientação comunitária e de autoajuda, conseguindo vencer o vício e até recompor as relações sociais com a família e os amigos. Ex-bêbados inofensivos, tornaram-se por esses meios, quase sempre, cidadãos prestantes, como diziam os antigos.
O novo bêbado brasileiro tem outra extração social, outras referências. Os bêbados de desastres de trânsito quase sempre têm recursos, a começar do próprio carro. Não bebem por apego à bebida, mas por egoísmo e prepotência. Julgam-se onipotentes. São os novos reacionários, a nova direita. Sabem que se dirigirem no estado de embriaguês, correrão risco de vida. Bêbados entrevistados em seus carros, flagrados em acidentes quase sempre têm argumentos machistas para justificar a bravata e o crime de dirigir embriagados, que consideram mérito e competência. Argumentam que são capazes de beber e dirigir, que não estão bêbados além da conta. Estão tomados pela síndrome do Super-homem.
Diferente do histórico bêbado brasileiro, o da moda de viola consagrada por Inezita Barroso, este bêbado é abonado, tem família e tem cúmplices, acólitos e protetores, considera-se acima dos deveres sociais. Para ele, o respeito à vida e ao outro é caretice. O novo bêbado se considera não só acima da lei, mas também acima da sociedade. Mesmo embriagado, invoca direitos, sabe quais são seus privilégios. Não raro culpa a vítima, são minúsculos seus compromissos com a condição humana, despista, joga a culpa nos outros.
Ele é um dos protagonistas de uma nova modalidade de delinqüência no Brasil que é a delinqüência em tempo parcial. No geral, é pessoa socialmente inserida, trabalha ou tem quem a sustente, mora e vive bem. Porém, abre periodicamente um intervalo de delinqüência na normalidade aparente. Não só dirigindo embriagado, mas participando de rachas e praticando outras pequenas modalidades de violação das regras sociais, como o consumo de drogas. Para ele, a vida privada não é um direito e um privilégio. É um esconderijo. Nela se refugia para delinquir, em grande parte como modo de afirmação pessoal. Tenta por aí, inutilmente, escapar da horizontalização e da mesmice de um cotidiano repetitivo e não raro vazio, o do homem sem qualidade de que fala Musil.  


*José de Souza Martins é sociólogo e Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP.
Dentre outros livros, autor de A Política do Brasil Lúmpen e Místico (Contexto, 2011) e Uma Arqueologia da Memória Social - Autobiografia de um moleque de fábrica, (Ateliê Editorial), 2011.

 



Você Acredita em Vida Após Parto?


Vida Após Parto

Um escritor húngaro explicou a existência do Deus invisível com uma ótima analogia:

"No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro: “Você acredita em vida após o parto? ”

O outro respondeu: “É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde. ”
  
“Bobagem”, disse o primeiro. “Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria essa? ”
O segundo disse, “Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez vamos poder andar com as nossas pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora. ”

O primeiro respondeu:  “Isso é um absurdo.  Andar é impossível. E comer com a boca?  Ridículo!
O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o que precisamos.  Mas o cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto logicamente está fora de questão. ” 

O segundo insistiu, “Bem, eu acho que há alguma coisa, e talvez seja diferente do que é aqui.
Talvez a gente não vai precisar mais deste tubo físico. ”

O primeiro respondeu:  “Bobagem.  E além disso, se há mesmo vida após o parto, então por que ninguém jamais voltou de lá?  O parto é o fim da vida, e no pós-parto não há nada além de escuridão e silêncio e esquecimento. Ele não nos leva a lugar algum. ”
“Bem, eu não sei”, disse o segundo, “mas certamente vamos encontrar a Mãe e ela vai cuidar de nós. ” O primeiro respondeu: “Mãe? Você realmente acredita em Mãe? Isso é ridículo. Se a Mãe existe, então onde ela está agora? ”

O segundo disse: “Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir. ”

Disse o primeiro: “Bem, eu não posso vê-la, então é lógico que ela não existe. ”
Ao que o segundo respondeu: “Às vezes, quando você está em silêncio, se você se concentrar e realmente ouvir, você pode perceber a presença dela, e pode ouvir sua voz amorosa, lá de cima. ”

 



Compras de Natal


Cecilia Meireles

faxina

A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. Enche-se de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões que não sobem, anjos e santos que não se movem, estrelas que jamais estiveram no céu.

As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que possam representar beleza e excelência.

Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em pobres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil anos, num abrigo de animais, em Belém.

Todos vamos comprar presentes para os amigos e parentes, grandes e pequenos, e gastaremos, nessa dedicação sublime, até o último centavo, o que hoje em dia quer dizer a última nota de dois reais, pois, na loucura do regozijo unânime, nem um prendedor de roupa na corda pode custar menos do que isso.

Grandes e pequenos, parentes e amigos são todos de gosto bizarro e extremamente suscetíveis. Também eles conhecem todas as lojas e seus preços — e, nestes dias, a arte de comprar se reveste de exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o incognoscível, o transcendente. Não devemos também oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a graça destes presentes parece consistir na sua desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de sabonetes desodorantes para o suor da testa com que — especialmente neste verão — teremos de conquistar o pão de cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto extremamente raro e caro, que não sirva a bem dizer para coisa alguma.

Por isso é que os lojistas, num louvável esforço de imaginação, organizam suas sugestões para os compradores, valendo-se de recursos que são a própria imagem da ilusão. Numa grande caixa de plástico transparente (que não serve para nada), repleta de fitas de papel celofane (que para nada servem), coloca-se um sabonete em forma de flor (que nem se possa guardar como flor nem usar como sabonete), e cobra-se pelo adorável conjunto o preço de uma cesta de rosas. Todos ficamos extremamente felizes!

São as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável — apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo.

Texto extraído do livro "
Quatro Vozes", Editora Record - Rio de Janeiro, 1998, pág. 80.